Após o falecimento, inicia-se a sucessão, com a imediata transferência da herança aos herdeiros. Todavia, quando começada a divisão do patrimônio do ente falecido, através de um processo lento e duradouro, é possível que ocorram conflitos que prejudiquem a empresa e a própria relação familiar.
É muito comum que empresas familiares não sobrevivam às gerações seguintes, pois, na maioria das vezes, não há um planejamento sucessório em vida no intuito de preparar os futuros herdeiros para lidarem com os negócios e assumirem cargos de gestão. No caso das empresas rurais, além do despreparo, pode haver o desinteresse dos herdeiros, negligenciando a administração após o falecimento do antigo gestor.
A falta de planejamento sucessório também pode ocasionar divergências e rivalidades entre os herdeiros, implicando em dificuldades na hora de tomar decisões importantes e podendo, inclusive, ocasionar a venda ou falência da empresa, uma vez que não estão preparados ou interessados na gestão, mas somente em receber a parte da propriedade rural que tinham direito.
Por isso, é primordial a realização de um plano sucessório ainda em vida que trate do futuro das empresas familiares rurais, com disposições delimitando as funções dos herdeiros, levando em conta o perfil e interesse de cada um deles. É preciso que seja definido também quando e como ocorrerá a sucessão da empresa e, assim, sua divisão acontecerá de maneira mais fluída e leve.
Quando definido o papel de cada herdeiro no futuro da propriedade rural, surge a necessidade de prepará-los, investindo em suas capacitações individuais (proporcionar a realização de cursos de Administração e/ou Agronomia, por exemplo) de modo que possam contribuir para o sucesso e continuidade duradoura do empreendimento da família. Agindo dessa maneira, haverá menor probabilidade de brigas pelo poder e pelos bens após a morte do gestor, pois foi estabelecida uma formação adequada e precoce dos herdeiros, organizando e planejando a sucessão dos negócios naquela época, sem que restassem grandes problemas para serem resolvidos sem a presença do
fundador da propriedade.
Constata-se, então, a importância de se iniciar desde cedo um bom planejamento sucessório dentro das empresas familiares rurais, para que ocorra a continuidade dos negócios de forma plena e exitosa (Publicado na Revista Destaque News) .